Da Ascom
O Comitê Gestor da Rede Integrada de Bancos de Perfis Científicos do Ministério da Justiça e Segurança Pública, deliberou nessa quinta-feira, 25, que o Estado do Tocantins está oficialmente incorporado a Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG), portanto apto a instalação da Coordenação de Comissões Disciplinares (CODIS) para iniciar o compartilhamento de perfis genéticos na Rede. A inclusão do Estado no RIBPG é um avanço para Polícia Científica do Tocantins, que contribuirá ainda mais, a partir de agora, com as investigações no Estado e também em âmbito nacional.
O Perito Oficial Criminal do Tocantins, Wanderson Rocha falou sobre a importância do Bancos de Perfis Genéticos. ‘A rede contempla o banco de perfil genético de condenados e esses bancos estaduais podem trocar informações entre si e com o banco nacional, a partir dessa incorporação. Por exemplo, se tem um condenado por estupro no Tocantins e ele cometeu o mesmo crime em outro estado, o banco permite esse cruzamento dos dados e com isso ele responderá também pelo crime praticado no outro estado’, explica o Perito Oficial.
De acordo Wanderson Rocha, ‘é importante destacar que a luta pela inclusão do Estado na Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos não é de agora, ela começou em 2010 para 2012, com a luta de dois Peritos, Patrícia Bonilha (hoje aposentada) e eu (Perito Wanderson Rocha), até que a equipe foi ampliada com novos Peritos no Laboratório de Genética Forense, incluindo mestres e doutores. Isso fez com que o laboratório crescesse em experiência, em capacidade técnica, em recursos humanos e agora contemplado com a aprovação e incorporação do Estado na Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos’, afirmou o Perito destacando que, ‘com essa incorporação o Estado irá receber mais recursos não só para a Perícia Técnica Científica, mas para todas as instituições ligadas a Segurança Pública do Estado, já que o Ministério da Justiça, através da Secretaria Nacional de Segurança Pública – SENASP, colocou percentuais de valores para os estados em relação ao quantitativos de condenados que as amostras são coletadas’.
O Perito oficial Wanderson Rocha já atuou no Laboratório de Genética Forense como Perito e no planejamento e implantação do mesmo de 2009 até 2019, Na SENASP/ Ministério da Justiça e Segurança Pública e na Assessoria da Superintendia da Polícia Científica. Atualmente ele está lotado na Escola Superior da Polícia Civil do Tocantins (ESPOL).
Números do Banco Nacional de Perfis Genéticos
O Banco Nacional de Perfis Genéticos brasileiro contém aproximadamente 6.500 perfis genéticos de condenados, 440 de investigados e 7.800 de vestígios de local de crime. No Brasil, até o momento, 559 investigações foram auxiliadas por essa ferramenta. Uma das propostas defendidas é a ampliação do escopo para os condenados em crimes dolosos.
Um aspecto importante para a eficiência da ferramenta é a quantidade de vestígios processados e inseridos, o que se inicia com a capacidade do país em preservar locais de crime, além da infraestrutura laboratorial.
Salva inocentes
O Banco Nacional de Perfis Genéticos, além de ter um lado acusatório, pode comprovar a inocência de um suspeito, ou ainda interligar um determinado caso com outras investigações das demais esferas policiais.
Por isso, uma das principais medidas do Pacote Anticrime, enviado pelo MJSP ao Congresso Nacional, visa ampliar o cadastro de registros biológicos no BNPG, conferindo maior eficiência a esta poderosa ferramenta de investigação e prova.