Perícia refuta versão de Major da PM-RJ que assassinou o marido com um tiro na cabeça e detalha como crime aconteceu

09/03/2022 23/03/2022 10:30 1044 visualizações

Da Ascom

As manchas de sangue ao redor do corpo do Cabo da PM do Rio Janeiro, Luiz Alberto Muniz, de 48 anos, foram fundamentais para que os peritos criminais determinarem que a sua morte não fora um suicídio. O ex-agente do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), que trabalhava como empresário foi morto com um tiro na têmpora direita, enquanto dormia, no dia 28 de fevereiro, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio. O disparo foi feito pela própria mulher, a major PM-RJ, Fabiana Pereira Ribeiro, 41, com quem estava casado havia 15 anos e tinha dois filhos.

Casos como esse demonstram, mais uma vez, a importância da Perícia nas investigações e sua independência total de outras categorias ligadas as polícias. 

Inicialmente, a oficial acionou a polícia e disse que seu marido havia cometido suicídio, com uma pistola, e que ela estaria  ao seu lado. A ligação ocorreu por volta das 6 horas da manhã. A morte, na ocasião, foi registrada como fato atípico. Porem, a Perícia apontou alguns indícios de que a morte poderia ser suspeita, já que a vítima estava deitada de lado, na cama e coberta com um edredom. Além disso, a falta de manchas de sangue nas mãos da vítima, que teoricamente teria feito um disparo à queima-roupa na cabeça, foi um outro forte vestígio que negava a versão de suicídio.

Ao DIA, site autor da publicação, Denise Rivera, assessora-técnica especial da Secretaria de Polícia Civil, explicou como a especialização de peritos ajudou na solução do caso. "A nova gestão da perícia do Rio, preocupada em capacitar os peritos, fez um curso de hematologia forense, com foco em análise de manchas de sangue, para todos os peritos do Estado do Rio. E, com isso, foi possível pelos vestígios encontrados diferenciar que não era suicídio e, sim, um homicídio", relatou.

Entenda

Após o desenrolar da perícia, cinco dias após a morte, a major foi até a 37ªDP (Ilha do Governador) e mudou a versão dos fatos assumindo a autoria do homicídio. Aos investigadores, ela disse que cometeu o crime pois sofria violência psicológica e sexual do marido há anos. A Polícia Militar afirmou que a oficial foi afastada de suas funções. Por não ter ocorrido flagrante, ela responde o crime em liberdade.

Ao confessar o homicídio, Fabiana afirmou que sofria uma rotina de violência do marido. Em nota, sua defesa disse que "está colhendo elementos para corroborar com a versão da investigada, já que se trata de atos de violência física e psicológica, em círculo familiar íntimo. Além disso, aguarda-se total acesso aos elementos colhidos na investigação para futuro posicionamento". (Com informações de O Dia).